domingo, 23 de novembro de 2008

MERCANTILISMO

IMPORTANTE: TEXTO AULA PARA ALUNOS QUE POR ALGUM MOTIVO JUSTIFICADO ESTÃO COM FALTA DE TRABALHO.
LEMBRAMOS QUE ESSA É A ULTIMA OPORTUNIDADE, POIS A DATA DOS CONSELHOS DE CLASSE ESTÃO PREVISTAS PARA OS DIAS 24 E 25 DE NOVEMBRO.

Mercantilismo

Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.
Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista:
Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.
Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.
Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.
Pacto Colonial: as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.
Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

Caro aluno,
Após a leitura do texto faça um breve comentário sobre as principais questões destacadas pelo autor.

sábado, 21 de junho de 2008

REVOLUÇÃO FRANCESA



Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade.
A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à
Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Nicolas Pache. Para a França, abriu-se em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.


Por que uma Revolução?
A França do Antigo Regime era um grande edifício construído por cinquenta gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e duzentos anos.
A sociedade francesa do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estamentos típica do Antigo Regime – Clero ou Primeiro Estado, Nobreza ou Segundo Estado, e Povo ou Terceiro Estado – cada qual regendo-se por leis próprias (privilégios), com um Rei absoluto (ou seja, um Rei que detinha um poder supremo independente) no topo da hierarquia dos Estados. O Rei fora antes de tudo o obreiro da unidade nacional através do seu poder independente das Ordens, significando que era ele quem tinha a última palavra sobre a justiça, a economia, a diplomacia, a paz e a guerra, e quem se lhe opusesse teria como destino a prisão da
Bastilha. A França sofrera uma evolução assinalável nos últimos anos: não havia censura, a tortura fora proibida em 1788, e a representação do Terceiro Estado nos Estados Gerais acabava de ser duplicada para contrariar a Nobreza e o Clero que não queriam uma reforma dos impostos. Em 14 de Julho de 1789, quando a Bastilha foi tomada pelos revolucionários, albergava sete prisioneiros.
Com a exceção da nobreza rural, a riqueza das restantes classes sociais em França tinha crescido imensamente nas últimas décadas. O crescimento da indústria era notável. No Norte e no Centro, havia uma metalurgia moderna (Le Cresot data de 1781); em Lyon havia sedas; em Rouen e em Mulhouse havia algodão; na Lorraine havia o ferro e o sal; havia lanifícios em Castres, Sedan, Abbeville e Elbeuf; em Marselha havia sabão; em Paris havia mobiliário, tanoaria e as indústrias de luxo, etc..
Existia uma Bolsa de Valores, vários bancos, e uma Caixa de Desconto com um capital de cem milhões que emitia notas. Segundo
Jacques Necker, a França detinha, antes da Revolução, metade do numerário existente na Europa. Nobres e burgueses misturavam muitos capitais em investimentos. Antes da Revolução, o maior problema da indústria francesa era a falta de mão de obra.
Desde a morte do rei
Luís XIV, o comércio com o exterior tinha mais do que quadruplicado. Em 1788, eram 1.061 milhões de livres, um valor que só se voltará a verificar depois de 1848. Os grandes portos, como Marselha, Bordéus, Nantes, floresciam como grandes centros cosmopolitas. O comércio interior seguia uma ascensão paralela.
Sabendo-se que existia uma burguesia tão enriquecida, muitos historiadores colocaram a hipótese de haver uma massa enorme de camponeses famintos. Em França, o imposto rural por excelência era a "taille", um imposto recolhido com base nos sinais exteriores de riqueza, por colectores escolhidos pelos próprios camponeses. A servidão dos campos, que ainda se mantinha em quase todos os países da Europa, persistia apenas em zonas recônditas da França, e sob forma muito mitigada, no
Jura e no Bourbonnais. Em 1779, o Rei tinha apagado os últimos traços de servidão nos seus domínios, tendo sido imitado por muitos senhores.
Ao longo da História, a miséria tem provocado muitos motins, mas em regra não provoca revoluções. A situação da França, antes da Revolução, era a de um Estado pobre num país rico.
Atividades:
Leia o texto e Responda:
a) Quais as causas da Revolução Francesa?
b)Como era a sociedade francesa na época da Revolução francesa?
c) O que dizia Jacques Necker?
d)Como era a situação da França antes da Revolução?
e) O que você entendeu sobre o tema?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O BURGUÊS E O BANQUEIRO


O BURGUÊS E O BANQUEIRO: POR QUE ELES SÃO TÃO ÚTEIS?
No cerne da literatura, como também no vocabulário dos militantes engajados da pretensa “justiça social”, duas figuras parecem fadadas a caricatura, senão a ojeriza da plebe em geral, e dos intelectuais, em particular: O BURGUÊS E O BANQUEIRO. Em específico, dentro da panfletagem e da literatura socialista, estes dois seres motrizes da economia de mercado são taxados com os mais virulentos estereótipos. São culpados de empobrecerem economicamente a humanidade, de extorquir os trabalhadores, de cobrar juros altos e fazer agiotagem, de executar impiedosamente os bens dos devedores e reduzir às relações civis num “roubo” e “alienação” chamado comércio, sendo tal retórica, vindo dos chavões surrados do marxismo.
Nesta descrição, burgueses e banqueiros são seres pejorativos, tão pejorativos como qualquer estelionatário de beira de rua, como qualquer trapaceiro de canto de esquina. Malgrado estas roupagens, a literatura universal granjeou uma estupenda horda de antipatia a esta classe de comerciantes e atravessadores de dinheiro, que vivem de rendas e da poupança alheia; moralistas hipócritas, racionalistas frios, materialistas extremados, arrivistas arrogantes, tudo movido pelo mais mesquinho das benesses materiais: O LUCRO. Se os estereótipos não são ao todo falsos, por outro lado, nunca se cometeu tamanha injustiça como a falta de reconhecimento da necessidade dos burgueses e dos banqueiros. Pelo contrário, os burgueses e os banqueiros revolucionaram mais a economia e a política do que muitos revolucionários profissionais da vida somados.
O problema dos burgueses e dos banqueiros é que eles não têm tanta indústria midiática como um Karl Marx e Che Guevara. Os burgueses e banqueiros chamam menos atenção que Karl Marx e Che Guevara, porque são mais discretos e são menos espalhafatosos em sua prática revolucionária. Talvez os burgueses sejam espalhafatosos naquilo que muita gente critica e inveja: gastar, gastar e gastar sem muito compromisso e sem muito romantismo. Todavia, financiar guerrilhas de um aventureiro fútil do tipo Che Guevara custa mais caro do que os caprichos monótonos dos burgueses. Os burgueses, os banqueiros e os que vivem de rendas em geral, quase sempre são conseqüentes e não arriscariam perder tudo o que tem em aventuras desastrosas e destrutivas dos guerrilheiros. Para muitos burgueses, Che Guevara soaria como um burguês excêntrico ou idiota. E ao contrário do que muitos pensam, os burgueses de tradição e linhagem detestam aparecer.
Mas por que tamanha injustiça aos burgueses? Poucas revoluções foram tão fantásticas como as transformações econômicas, políticas e jurídicas alimentadas pelos empreendimentos burgueses.
A revolução burguesa, tal como a previdência burguesa e o sentido da poupança burguesa, nasceu em alguma vila ou feira de Europa do século IX, numa sociedade rigidamente estratificada, estamental, cuja sobrevivência era a subsistência da terra. Na prática, nada mais eram do que pequenos feirantes, uns verdadeiros camelôs sem origem social, excluídos das terras senhoriais, que vagavam de um lado para outro, transferindo e comerciando mercadorias e serviços. Os serviços dos vagantes, ao contrário dos servos e escravos, eram profissões livres, atividades autônomas, as mesmas daqueles mascates que carregam malas cheias de quinquilharias para vender de porta em porta (e no caso da Idade Média, de castelo em castelo).
Os mercadores, todavia, apesar de se locomoverem livremente, fincavam pontos comerciais onde poderiam ser encontrados ou fixassem moradias. Tal moradia era o burgo. E os seus moradores, os burgueses, assim foram batizados. E assim nasceu a sociedade comercial.
O comércio gerou uma revolução econômica na Europa feudal. Muitos servos fugiam de seus feudos para tentarem a vida comercial e as práticas de mercancia eram uma oportunidade de vida para muitos que se livravam dos pesados fardos da hierarquia feudal. Por outro lado, a escassez de terras e o difícil acesso a elas restringia a posse de muitos na atividade agrícola. De fato, a riqueza chama aqueles que a buscam e o comércio prosperou, e junto com ela, as cidades burguesas, com seu fausto de liberdade e riqueza. Foram as cidades burguesas medievais que fizeram surgir as primeiras legislações políticas democráticas modernas. As leis civis, as comunas parlamentaristas dos moradores da cidade contrastavam com o domínio dos nobres e reis da época. Os modernos conselhos e parlamentos democráticos possuem um débito com as comunas e assembléias burguesas. Perspectivas de vida melhor e liberdade civil eram os maiores emblemas das cidades. De fato, dizia um provérbio medieval alemão: “STADTLUFT MACHT FREI” (o ar das cidades nos torna mais livres). Curiosamente, se for observado por uma ótica moderna, no êxodo rural para as cidades, qualquer camponês parece respirar esta liberdade que as cidades inspiram, em oportunidades e melhora de vida.De fato, grande parte dos preconceitos contra a burguesia não é de hoje.
A crença comum do “individualismo” do mercador já era retratada muito antes da Idade Média, uma vez que o comerciante era visto como uma pessoa desterrada, sem vínculos com ninguém. Na Grécia Antiga, como em Roma e na Idade Média, o vínculo de alguém a algum lugar era determinado pela terra, mais precisamente pela propriedade privada rural. Quem não tivesse vínculos com a terra, era considerado um degradado, um estranho na comunidade, sem direitos políticos. Ou na pior das hipóteses, um “idiota”, ou seja, alguém sem vínculos com a comunidade, um individualista. A terra, ou a propriedade, desde a época antiga até a baixa Idade Média, era muitas vezes inalienável, porque a economia era de auto-suficiência, e, em particular na Idade Média, as terras eram privilégios de algumas famílias nobres. Além de ser sinônimo de ligação com uma comunidade, possuir terras era ter posição social.
O sinônimo e status do “burguês” na Idade Média se equivalia a de um reles feirante, um vendedor barato ou mesmo um atravessador. Em alguns casos, era um “marrano”, um “judeu”, uma figura, em miúdos, desclassificada socialmente. Foram os burgueses que romperam a regra da sociedade estamental agrária, tornando os bens imóveis comercializáveis, e, portanto, acessíveis a qualquer classe social. O que era uma sociedade com pouca circulação de riqueza, acabou por se tornar uma espontânea rede de trocas econômicas, não só facilitando a mobilidade de produtos, como também a ressurreição de um padrão monetário, ou seja, a moeda. Na velha sociedade estamental, onde a economia era de subsistência, a moeda era pouco utilizada, haja porque a riqueza simplesmente não circulava, limitando-se ao mais primitivo escambo. Foram as práticas mercantis das feiras e mercados destes artesãos, peixeiros e camelôs que não somente flexibilizaram o acesso a riqueza, como também dinamizaram-na, drenando-a e fazendo-a circular livremente pela Europa, impondo ganhos de produção. Este malvado monstro chamado “mercado” renasceu, e em miúdos, foi gerado. Se a odienta figura do burguês surgiu de uma rudimentar feira de comércio medieval, a origem do banqueiro não foi diferente. Certo dia, um comerciante, artesão ou mascate acumulou e poupou determinada quantidade de rendas, acabando por não saber o que fazer com elas. De repente, algum outro comerciante, um nobre ou mesmo um rei necessitado o procura e pede emprestado o seu dinheiro. Cobrando garantias de crédito e uma determinada taxa de juros, o emprestador se convence de seu ato, encontrando um jeito de dar destino a seu dinheiro: OU SEJA, LUCRANDO NA “VENDA” OU EMPRÉSTIMOS DE DINHEIRO. Por conseguinte, ele não só percebe uma procura de empréstimos para seu dinheiro, como também ele sabe que existem tantos mercadores endinheirados como ele. Então, movido por uma notável intuição, ele, para satisfazer a demanda, simplesmente pede emprestado dinheiro, coletando sócios e credores para seu empreendimento.
Coletando seu capital e o capital dos outros, o burguês empresta o dinheiro para terceiros, enquanto promete pagar os juros proporcionais a oferta de capital coletada e acumulada à titulo de empréstimo.
Do empréstimo, o burguês tira uma parte dos seus ganhos em taxas de juros e distribui uma parte do seu ganho a seus sócios credores. Em outras palavras, o artesão da feira acabou por se tornar um banqueiro. É claro que isto é apenas uma dedução hipotética do que deve ter ocorrido, dentre outras experiências similares nas feiras européias, pois já havia precedentes históricos deste fenômeno.
Na Idade Média, muito antes dos cristãos exercerem o mercado financeiro, os judeus cumpriam o papel de prestamistas privados, já que os bancos ainda eram remotos e entre os católicos, havia restrições de exercerem práticas de empréstimo. Todavia, isto não impediu o surgimento das bancas dos Templários, que criaram talvez uma das primeiras práticas de transferência de conta-corrente da história. Era simples: se um comerciante, rei ou nobre quisesse transferir uma renda de um lugar para outro, era só o cliente colocar o dinheiro no banco de sua cidade, e um cavaleiro ia do banco do depósito à outro banco em que o dinheiro seria transferido, para informar sobre a aplicação.
O banco que era informado do depósito liberava o dinheiro, quando tomava conhecimento de que outra filial sua já tinham seu valor depositado. O que era antes uma prática restrita, tornou-se disseminada. Os banqueiros da feira herdaram e aprimoraram as práticas financeiras. Os bancos cada vez mais aperfeiçoavam o acesso ao crédito. Se o mercador do burgo era um mero feirante, o banqueiro não fugia a regra, com o agravante de viver às custas da “usura”, algo tão condenado pela moral da época como pela Igreja. A usura, ou a cobrança de juros, era considerada “roubo”, pois pressuponha que o comércio de dinheiro não gerava riqueza. O mesmo se pode dizer do “lucro”, besta tão malvada, vilipendiada por alguns frades medievais e socialistas. Tão hostil quanto o “banqueiro” ou o dono de uma banca a ponto de “vender” seu dinheiro pela usura, era abastança que eles se apresentavam, enfurecendo muitos nobres, que ora concediam favores, ora deixavam em desgraça os banqueiros que não eram interessantes aos seus gastos. Por outro lado, muitos pelo seu poder de empréstimo foram agraciados com as benesses da nobreza e da Igreja Católica, uma vez que custeavam não somente os gastos arbitrários, mas até as suas cavalheirescas guerras. Aliás, os banqueiros no final da Idade Média granjearam enorme prestigio no governo das cidades e repúblicas, entre os quais, a poderosa família italiana e florentina dos Médici. Ou os banqueiros Fûgger, financiadores do imperador Carlos V da Alemanha.
Os banqueiros preferidos dos nobres eram os judeus, haja vista porque os mesmos eram deslocados da sociedade plebéia, ao mesmo tempo que também fora do contexto da nobreza. Os judeus eram figuras assazes estranhas da sociedade européia, a tal ponto de, como excluídos do meio social, era mais fácil para os nobres pedirem seus empréstimos sem concederem no essencial de poder aos plebeus, visto que os judeus administravam as finanças de muitos reis.
Nasce aí o judeu da corte, o abastado judeu vivendo de favores dos nobres, em troca de seu capital. Em contrapartida, se o banqueiro era visto com desconfiança pelos nobres, para o povo em geral, a figura do “banqueiro judeu” tornou-se uma mística de ódio virulento para sempre na imaginação da Europa, visto que aquele elemento estranho cobrava as malditas “usuras”, sugava os devedores, e por sinal, não tinha a dignidade de ser cristão, blasfemando contra Cristo e negando-o como Messias.
Outro fator de hostilidade aos judeus é o fato de alguns deles possuírem privilégios acima dos plebeus, através de concessões vassálicas da nobreza. Era uma situação dúbia. Se alguns judeus tinham o privilégio nobre de emprestar e gerir negócios nobiliárquicos, a grande maioria estava à margem dos direitos civis modernos. Eles ficavam aos caprichos de seus senhores feudais, que poderiam tanto agradá-los, como extorqui-los.
O desprezo aristocrático e medieval ao banqueiro acabou por se assimilar no povo um viés anti-semita, visto que de fato, muitos emprestavam dos
judeus (e quase sempre detestavam pagar). A família judia de banqueiros mais famosa da Europa, sem dúvida foram os Rothschild (ou a família do brasão vermelho), cuja casa bancaria fundada num ghetto judaico de Hamburgo por volta de 1770, prosperou por mais de um século e meio, financiando quase todos os empreendimentos e quase todas as guerras do século XIX e do começo do século XX. Se os banqueiros de alguns reis tinham privilégios especiais, em outros países da Europa, em particular a Inglaterra e Holanda, as casas bancárias se pautavam no princípio da liberdade comercial, visto que uma burguesia próspera, independente e empreendedora ali nascia, hostilizando não só o poder real, mas qualquer tipo de intervenção estatal arbitrária.
Em específico na Holanda do século XVII e na Inglaterra do século XVIII, as casas bancárias tiveram seu maior esplendor econômico, desenvolvendo práticas de créditos inéditos até aquela dada época, evoluindo o sistema econômico e tornando-o cara vez mais flexível e mais prospectivo. Foi a evolução do crédito bancário, junto com o empreendimento do livre comércio, que vigorou o sistema de mercado, e conseqüentemente a geração de atividade produtiva, até então coisa jamais vista naquele momento. Mas se alguns banqueiros vivam pelas oscilações parasitárias do poder da nobreza, os comerciantes enriquecidos começaram a investir em empreendimentos acobertados pelos reis, cujos capitais acumulados dinamizavam o comércio dos países, e, por conseguinte, os tributos.
Os outroras feirantes de beira de estrada, a outrora gentalha que batia de castelo em castelo vendendo quinquilharias, a gentinha fedorenta que se imiscuía com trabalhos pouco “nobres” ou “mecânicos”, agora estava na ordem do dia, conhecendo uma posição social e econômica antes desconhecida.
Em outras palavras, a burguesia reinventou a ascensão social. A idéia de prosperidade e ascensão social era virtualmente desconhecida na Idade Média. O status social de cada membro da sociedade medieval era determinado pelo nascimento e pela condição hereditária de sua família, cuja mobilidade social era quase nula. Os burgueses sem origem, sem tradição, sem privilégios, foram responsáveis pela idéia da “prosperidade”, mas precisamente na melhora econômica de vida através da perspectiva de trabalho e do mérito individual. Numa sociedade que via o trabalho como condição de subalternos, servos e escravos, o burguês ascendendo socialmente era uma anormalidade para a época, de certa forma tolerada. Se a burguesia em geral desenvolveu este espírito de empreendimento, foram as casa bancárias que patrocinaram o “crédito” como um valor econômico, ou seja, a confiança tanto de credores como de devedores, no empréstimo de capital. Ao invés de colocar as economias debaixo do colchão, deixando parado seus capitais, o credor empresta os frutos de sua poupança ao devedor através dos bancos, e o devedor o transforma em nova fonte de riqueza circulante, seja investindo numa empresa, seja consumindo.
Os nobres, percebendo nos banqueiros e burgueses enriquecidos, bons aliados, acabaram por nobilitá-los, ou no mais, em busca de seu dinheiro. Os burgueses, em troca, queriam privilégios, mais precisamente privilégios de investimento comercial. Embora a sociedade comercial tenha nascido em plena Idade Média, a idéia de “livre comércio” é surpreendentemente nova, e surgiu em no século XVIII, com as idéias liberais de Smith e da Escola Clássica de Economia. Grande parte da economia comercial da época era ministrada por guildas e corporações comerciais rigidamente fechadas, com usufrutos de monopólios econômicos e comerciais.
Tais práticas ainda eram resquícios medievais, em parte pela cultura feudal, onde o nobre, na relação de vassalagem e suserania, concedia terras e privilégios a seus costados. O que era uma tendência de poucos, nos monopólios de corporações, ofícios e privilégios nobiliárquicos, acabou por ser uma exigência de muitos de uma época.
Quando hoje se critica a “liberdade de comércio”, pouco se atenta ao fato de que nunca foi tão difícil abrir um negócio como em épocas passadas. Talvez a liberdade de locomoção, tão corriqueira nos dias de hoje, era quase impensável no século XVII e XVIII. Abrir uma empresa, viver por conta própria, era algo que dependia das burocracias pesadas e corruptas do Ancien
Regime, onde só alguns banqueiros e empresários eram eleitos pelo favoritismo. Se muitas corporações eram privilegiadas por conchavos nobiliárquicos, não poucos criticavam tais privilégios, não só porque empobreciam a sociedade em favor de poucos, como também inviabilizava as melhorias de produção e prosperidade no mercado.
Foi a partir do século XVII e XVIII que os privilégios feudais começaram a ruir de vez, dando espaço para a liberdade política, civil e econômica. Para o cidadão do século XVIII, acostumado as intervenções arbitrárias da monarquia, “liberdade comercial”, tal como a existência de créditos bancários, de empresas, indústrias e possibilidades de investimentos livres era algo tão novo quanto revolucionário. Numa sociedade, cuja pobreza chegava a níveis africanos de hoje e onde a alimentação era cara e escassa, o capital não só geraria produtos melhores, mais baratos, como também geraria credito para produzir mais recursos.
Por outro lado, foi o mercado, na figura do banqueiro e do mercador, que foi desenvolvido as sociedades anônimas, as sociedades de capital aberto, e afins, as poupanças e toda sorte de espírito de previdências que a economia nos cobra. Os cartões de crédito, as letras de câmbio, os cheques, as notas promissórias, as debêntures e toda sorte de créditos embasados na confiança, foram gerados pelo mercado, através dos bancos, sem os quais, a sociedade estaria mais pobre.
Nos últimos dois séculos, apesar de todas as guerras, de toda estupidez econômica e política que os séculos XIX e XX geraram, a prosperidade econômica do capitalismo melhorou sensivelmente o padrão de vida do mundo, isto se for considerado não só o desenvolvimento tecnológico e o barateamento vertiginoso do consumo, e sim, as facilidades que a economia de mercado gerou para a distribuição de renda em geral. O crédito dos bancos barateou o custo dos produtos, como as facilidades de pagamento que o crédito bancário propicia, tornando o capital mais acessível e, por conseguinte, o consumo. Isto se deve, em parte, ao empreendimento comercial, nascido de artesãos, feirantes e mascates que entraram para a história com a alcunha de burgueses. Estes burgueses que não só vendiam quinquilharias, como aqueles que constituíam bancas e vendiam dinheiro.
Em suma, é necessário reconhecer a grandeza e a necessidade dos banqueiros e burgueses. Com todas as mesquinharias da avareza destes destemidos feirantes e mascates, é preciso fazer-lhes justiça.
FONTE :
Trabalhando o Texto:
1) Observe a Imagem e descreva sobre o que ela representa.
2) Elabore um texto sintetizando as principais idéias do autor e introduza as idéias do grupo.
Importante: Faça o seu texto no processador com bastante atenção, cuidado com os erros de pontuação e ortografia. Não se esqueça de colocar o nome da equipe.
Atenção: Não coloque o nome do aluno que faltou a aula, nem do membro da equipe que mesmo presente não ajudou na elaboração do trabalho, pois o trabalho poderá ser desconsiderado.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

MENSAGEM PARA OS ALUNOS.

Terminamos o primeiro bimestre. Que experiência boa essa que experimentamos juntos. Cansados? Não desanimem, vivam cada dia sem a preocupação do amanhã, pois a Deus ele pertence e assim como cuida de toda natureza que criou , cuida de cada um de nós com mais dedicação e amor...
Lembre-se, o seu futuro está em suas mãos. Faça com dedicação a sua caminhada.
Até o segundo bimestre.
Professor Adauto/História.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

HISTÓRIA DO BRASIL

Vídeo Complementar da aula de História A EXPANSÃO TERRITORIAL E O CICLO ECONOMICO DO BRASIL.

Assista ao vídeo e em grupo de até quatro alunos(04) poste um pequeno texto com base no documentário.
Bom trabalho!

Data da entrega prevista 15/04/2008.

sábado, 29 de março de 2008

Resultado da avaliação do primeiro trabalho

Augusto de Azevedo 8,5
Jéssica ivonete Nau. 8,5
Andréia Nau 8,5
Caroline C. dos Santos 8,5

Luiza Duarte Sagás 8,5
Ana Carolina Duarte 8,5
Otávio Jorge 8,5
Suellen De Azevedo. 8,5

Eveline V. Martins 8,0

Juliana Miranda 8,0
Thaize O. Raych 8,0
Jaqueline L.Dos Santos 8,0
Joana J. dos Santos 8,0

Géssica A. Venâncio 8,0
Paganine de A. Santos 8,0

Janine S. Vicente 8,0
Kathlyn B. Marques.8,0

Parabéns ao alunos que postaram seus trabalhos no tempo previsto, continuem assim.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

TRABALHANDO O TEXTO

Agora que voce e seus amigos já leram o texto, elebaore uma síntese do mesmo aproveitando as principais idéias que ele apresenta.

Intruções:
Abra uma pasta no seu computador
Elabore o texto e salve com um nome
copie e cole em posta comentários nao esquecendo de colocar o nome da equipe ao final do trabalho.

Absolutismo.

Absolutismo, sistema político no qual se confere todo o poder a apenas um indivíduo ou a um grupo. Atualmente, o termo é geralmente associado ao governo de um ditador. É considerado o pólo oposto ao governo constitucional dos sistemas democráticos. O desenvolvimento do absolutismo moderno começou com o nascimento dos Estados nacionais europeus no final do século XV e se prolongou durante mais de 200 anos. O melhor exemplo que se tem dele é o reinado de Luís XIV. Sua declaração “o Estado sou eu” resume com precisão o conceito do direito divino dos reis.
Luís XIV
Luís XIV (1638-1715), rei da França (1643-1715), conhecido como “Rei Sol”. Impôs um governo absolutista na França e empreendeu uma série de guerras, com o objetivo de dominar a Europa. Seu reinado caracterizou-se pelo florescimento da cultura francesa. O reinado de Luís XIV de mais de meio século representou um período de apogeu para a França. O país conheceu um enorme poderio militar, prosperidade científica e desenvolvimento artístico. Em 1648 teve início a Fronda, uma série de conflitos liderados pelo Parlamento e pela nobreza contra o primeiro-ministro Jules Mazarin. Os problemas iniciaram ainda na menoridade de Luís XIV, contribuindo para o amadurecimento e fortalecimento do seu caráter. Dominado o conflito, Mazarin tomou uma série de medidas com a finalidade de organizar a máquina administrativa, tranformando-a em uma das principais armas da monarquia. Por ocasião da morte de Mazarin, Luís XIV decidiu governar sozinho e elegeu como assessor financeiro Jean-Baptiste Colbert. A economia do país foi reestruturada para atender às exigências mercantilistas, sendo então criadas a marinha mercante, fábricas, estradas e portos. Foram desenvolvidos dois novos e eficazes instrumentos de poder: um corpo de diplomatas profissionais e um exército permanente. Em relação à política externa, seu firme objetivo foi glorificar a França e impedir qualquer ressurgimento do poder dos Habsburgo. Em quatro guerras, demonstrou a toda a Europa sua habilidade como chefe militar. Seu último empreendimento foi a Guerra da Sucessão espanhola (1701-1713). Ao mesmo tempo em que seus exércitos combatiam os protestantes holandeses, Luís XIV negou a liberdade religiosa aos huguenotes (protestantes franceses) e reforçou o controle sobre o clero católico. Em 1685, decidido a conseguir a conversão dos huguenotes, revogou o Edito de Nantes, dando um passo na direção da rebelião dos camisards (os huguenotes franceses ficavam sujeitos a multas e prisão se não renunciassem à sua fé, convertendo-se ao catolicismo, religião de Luís XIV). Comparável à busca de glória na guerra foi seu mecenato no campo das artes. Entre outros feitos, Luís XIV incentivou e protegeu dois expoentes da literatura francesa: Racine e Molière. O grande palácio de Versalhes constituiu o símbolo ideal para sua luxuosa corte. Luís XIV não conseguiu pôr um fim nas tensões entre uma elite governante e uma sociedade estamental, baseada em privilégios hereditários. Entretanto, converteu a França no modelo burocrático da Europa absolutista do século XVIII.

Bem Vindos

Bem vindos ao segundo ano do Ensino Médio. Nas aulas de histórias vamos utilizar esse recurso para organizar nossos trabalhos. Aqui vocês encontrará textos e todo o material necessário para os estudos de História.
Além dos trabalhos convencionais de sala de aulas ao final de cada mês voces e seus colegas deverão acessar esse espaço para postarem um trabalho que ficará disponivel nesse espaço para que todos os amigos que acessam a net possam acompanhar seus estudos de história.
Essa nova ferramenta de trabalho irá possibilitar que juntos possamos interagir com esse novo recurso que é o computador e desfrutar dele como instrumento de aprendizado.
Que possamos aprender juntos nesse ano.
Forte abraço
Professor Adauto Jorceli de Melo.

BLOG DE ESTUDOS DOS ALUNOS DA II SÉRIE DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DR. ADERBAL RAMOS DA SILVA. PROFESSOR TITULAR DA DISCIPLINA: Adauto Jorceli de Melo.